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A esquizofrenia satisfaz os quatro critérios de um problema que exige ação da saúde pública:

  1. O problema ocorre ampla e freqüentemente.
  2. O problema causa grande incapacidade e sofrimento.
  3. Há métodos eficazes de lidar com o problema.
  4. Os tratamentos são bem aceitos pelos pacientes, por seus familiares e pela sociedade.

A esquizofrenia ocorre ampla e freq�entemente. / Um estudo da Organiza��o Mundial de Sa�de (OMS) detectou uma varia��o muito pequena na incid�ncia da doen�a em diferentes pa�ses ao redor do mundo. Usando uma defini��o precisa de esquizofrenia, foi encontrado que a incid�ncia de esquizofrenia n�o � significativamente diferente entre os pa�ses (7-14/100.000 nos locais investigados). Quando � usada uma defini��o menos rigorosa, os n�meros relacionados � incid�ncia s�o consideravelmente maiores, e quando outras condi��es psic�ticas relacionadas � esquizofrenia s�o inclu�das, as taxas de incid�ncias s�o ainda maiores e mostram uma varia��o significante entre os diferentes pa�ses (Jablensky et al. 1992).

A esquizofrenia causa grande incapacidade e sofrimento. / A discrimina��o devido � esquizofrenia aumenta o sofrimento do paciente. As pessoas ligadas ao paciente sofrem porque tamb�m ficam marcadas pelo estigma da doen�a. Foi estimado que em 1991, a esquizofrenia custou para os Estados Unidos $19 bilh�es em despesas diretas e $46 bilh�es em perda de produtividade (custos indiretos), perfazendo um total de quase $65 bilh�es. Quando os custos indiretos, que representam 71% do total, s�o somados aos custos diretos, � poss�vel obter uma estimativa mais completa do �nus financeiro dessa doen�a, que destr�i as vidas de milh�es de indiv�duos e de seus familiares (Wyatt et al, 1995). Estudos recentes estimando o peso da esquizofrenia para a sociedade, indicam que a doen�a causa mis�ria, perda de produtividade, redu��o da qualidade de vida, e problemas secund�rios de sa�de mental para os pacientes e seus familiares (Thornicroft e Tansella 1996).

A esquizofrenia � trat�vel / Uma revis�o recente mostrou que, em aproximadamente 20 �25% das pessoas com esquizofrenia todos os sintomas desaparecem, e que recupera��o de auto-sufici�ncia e de bom funcionamento social ocorre em outros 20% (Warner 1994). Relatos de pa�ses em desenvolvimento indicam taxas muito mais altas de recupera��o. Mesmo que o tratamento n�o resolva todos os sintomas, o tratamento efetivo pode melhorar a qualidade de vida e a capacidade de funcionamento da pessoa. Desde a introdu��o da clorpromazina nos anos 50, tem surgido um n�mero cada vez maior de medicamentos e tratamentos psico-sociais para aliviar efetivamente os sintomas da esquizofrenia. Essas medica��es s�o particularmente valiosas na redu��o ou elimina��o de sintomas positivos como del�rios, alucina��es e agita��o, que ocorrem nos epis�dios agudos da doen�a. Muitos dos antipsic�ticos tradicionais causam efeitos adversos (ex., rigidez, tremor) que podem contribuir para o estigma. Contudo, j� est�o dispon�veis novas medica��es antipsic�ticas que provocam um n�mero significativamente menor de efeitos adversos motores e t�m vantagens sobre as medica��es tradicionais. Esses agentes mais novos �s vezes tamb�m s�o eficazes no tratamento de pacientes que n�o respondiam �s medica��es dispon�veis anteriormente. Como essas drogas causam menos efeitos adversos, podem melhorar a ader�ncia ao tratamento e reduzir o estigma associado aos efeitos adversos. Interven��es psico-sociais, especialmente suporte para familiares e para as pessoas que cuidam do paciente, t�m se mostrado eficazes em reduzir as reca�das na esquizofrenia (Anderson e Adams, 1996; Schooler et al, 1997). Interven��es vocacionais tamb�m podem aumentar substancialmente a taxa de ocupa��o de indiv�duos com esquizofrenia (Bond et al. 1997). Sistemas de suporte social efetivos, tamb�m podem melhorar a vida de indiv�duos com esquizofrenia (Brugha 1995).

O tratamento da esquizofrenia � aceit�vel tanto para os pacientes como para seus familiares. / Embora os medicamentos antipsic�ticos tradicionais sejam efetivos na resolu��o dos sintomas, essas medica��es podem causar efeitos adversos significativos. Os novos agentes antipsic�ticos parecem causar menos efeitos adversos graves e t�m mais probabilidade de serem bem tolerados pelos pacientes. A aceitabilidade do tratamento � ainda maior quando o paciente e sua fam�lia recebem orienta��o e suporte para ajud�-los a enfrentar a doen�a e quando lhes � permitido participar do tratamento.
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